A revolução do mercado financeiro
Você já ouviu falar no fenômeno fintech, ou financial technology? Esse conceito se refere à adoção de inovações tecnológicas disruptivas no mercado financeiro, focando no aperfeiçoamento de tecnologias capazes de alterar as rotinas, possibilitando a oferta de produtos mais baratos, eficientes e que atendam as demandas de um vasto grupo de consumidores.
Já que a inovação disruptiva chegou a mercados tão diversos como o de entretenimento, com o Netflix e Spotify, e o de transporte, com empresas como o Uber, foi natural que, em algum momento, outras startups percebessem as novas demandas do segmento financeiro e passassem a criar soluções especificamente voltadas para esse universo.
Essas empresas são conhecidas como startups fintech, ou simplesmente fintechs. Neste post, você entenderá melhor a definição de startup fintech e por que esses empreendimentos estão revolucionando os processos do mercado financeiro. Confira!
O que define uma startup fintech
O ambiente macroeconômico mundial vem sendo remodelado pela geração Y. Formada por jovens adultos nascidos após os anos 1980, essa geração é ávida por inovações no campo tecnológico e concentra consumidores com perfil mais sofisticado, exigente e aberto a soluções que tragam maior praticidade para o seu dia a dia.
Tal perfil social favorece cada vez mais o surgimento de startups focadas na criação de soluções inteligentes que alterem os padrões tradicionais do mercado. Como havia sido previsto por especialistas, essas startups chegaram ao mercado financeiro dispostas a atrair uma geração pouco paciente para os processos burocráticos bancários: estamos falando das fintechs.
Para entendermos melhor o conceito que define essas startups do mercado financeiro, é válido analisar o próprio termo fintech. Formado a partir do termo financial technology, ou tecnologia financeira, uma startup fintech pode ser definida como uma empresa que oferece serviços financeiros por meio de tecnologias avançadas, usualmente no ambiente digital e que, geralmente, não estão vinculadas a uma instituição bancária.
Nesse sentido, processos como a emissão de cartões de crédito, realização de pagamentos e transações financeiras das mais diversas, aquisição de apólices de seguro, financiamentos ou até mesmo a obtenção de empréstimos deixaram de ser exclusividades de bancos ou organizações financeiras tradicionais.
De acordo com estudo da Venture Scanner divulgado recentemente, já existem mais de 1.400 fintechs espalhadas pelo mundo. E esse número só tende a crescer, uma vez que as possibilidades do ambiente digital são vastas e novas opções de transação financeira são criadas constantemente. Como exemplo, podemos citar os empréstimos coletivos, uma modalidade específica de crowdfunding que tem atraído empresas em busca de opções mais flexíveis para o financiamento de seus projetos.
O impacto das fintechs no mercado financeiro
A revolução que as startups fintech vêm causando no segmento financeiro mundial atinge tanto os consumidores finais quanto o mercado de soluções tecnológicas B2B (Business-to-business), ou seja, ferramentas criadas para atender às necessidades de empresas.
Na vertente dos consumidores finais, o que se percebe é uma maciça inclusão de segmentos da população que, por motivos diversos, não eram atendidos por instituições bancárias tradicionais e que agora usufruem dos serviços oferecidos por fintechs para realizar transações financeiras, fazer pagamentos on-line, adquirir cartões de crédito e, inclusive, participar do mercado de investimentos por meio de opções que eliminam a dependência bancária, como no caso das plataformas de empréstimo (P2P) que conectam investidores e empresas.
Por sua vez, quando tratamos do mercado B2B, a todo momento vemos surgir novas ferramentas e serviços dispostos a otimizar o gerenciamento financeiro de empresas, facilitar processos de pagamento e melhorar o fluxo de caixa de um negócio por meio da obtenção de empréstimos para capital de giro ou implementação de projetos de crescimento.
É importante salientar que tudo isso é possível porque as startups fintech se baseiam em um modelo de negócios mais enxuto, com custos reduzidos e amparado nas oportunidades que o ambiente digital oferece. Esses fatos permitem não só a disponibilização de produtos e serviços com taxas mais competitivas, mas também que se criem soluções inovadoras desvinculadas das rotinas complexas dos bancos. Não é à toa que, segundo pesquisa da CB Insight, mais de 10 bilhões de dólares foram investidos no universo fintech apenas nos nove primeiros meses de 2015.
Graças a todas essas vantagens oferecidas pelas fintechs, o mercado financeiro vem passando por um verdadeiro movimento de transformação que favorece a entrada de novos consumidores, dinamiza o mercado e fortalece a estrutura operacional de empresas, independentemente de seu porte ou segmento de atuação.
Algumas fintechs para ficar de olho
Agora que você já entende o conceito de startup fintech e como esses empreendimentos favorecem uma tendência de disrupção financeira do mercado, separamos uma lista com três startups atuantes no mercado financeiro:
NuBank
O cartão da Nubank, startup criada em setembro do ano passado, não tem taxa de anuidade nem tarifas, cobra juros rotativos abaixo da média do mercado – que são os juros cobrados em caso de atraso ou parcelamento da fatura – e é gerenciado por um aplicativo no celular, que oferece informações detalhadas sobre os gastos realizados no plástico.
Segundo a empresa, o cartão tem feito sucesso por suprir uma demanda reprimida de consumidores que estão acostumados com taxas de juros exorbitantes, atendimentos burocráticos e estão insatisfeitos com seus cartões, que oferecem poucas informações e meios para controlar os gastos no crédito.
TransferWise
A TransferWise é uma startup baseada em Londres, fundada por Kristo Käärmann e Taavet Hinrikus. O foco de sua atuação é reduzir as taxas e facilitar o processo de transferência para contas no exterior.
Fundada em 2011, a empresa vem chamando a atenção de fundos de investimento e promete uma redução de custos de até 90% nas taxas que envolvem operações de transferência monetária internacional.
KiiK
Pagar contas em restaurantes sem ter que enfrentar filas, utilizando apenas um smartphone, é a proposta da startup brasileira KiiK. Para usar o aplicativo, o usuário precisa apenas incluir um número de cartão de crédito no sistema e utilizar a câmera do celular como leitor de QR Code. Além disso, os bares e restaurantes cadastrados na plataforma podem acessar o fluxo de caixa da empresa em tempo real.
Nexoos
Se você tem um negócio, já deve ter saber das taxas exorbitantes e da dificuldade de se conseguirem empréstimos nos bancos – sobretudo se a sua empresa é de menor porte.
A Nexoos surgiu no mercado justamente com o intuito de facilitar a tomada de empréstimos para pequenas e médias empresas, e permitir que o empresário escolha qual taxa de juros se adequa melhor à sua realidade. Para tanto, a Nexoos conecta empreendimentos com investidores interessados em financiar projetos, disponibilizar capital e obter ganhos com maior liquidez – favorecendo, assim, ambas as partes da negociação.
Investindo em tecnologia de ponta e na otimização de processos, o mercado das fintechs veio para impulsionar o crescimento de empresas de todos os setores!
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